O fatídico dia 30.12.2013

Chamo atenção dos amigos para que procurem conhecer seus organismos e ficarem alerta para os sinais que o corpo dá

Em meados de dois mil e treze, mais precisamente numa quarta-feira, vindo do futebol, fui acometido por uma forte diarreia. Comentei com minha esposa que minha válvula de escape era meu aparelho gástrico-intestinal e quando chegasse aos 40 (que seria em fevereiro de 2014) faria um “chekup”. Até então quando eu tomava umas cervejinhas sentia diarreia, mas nada de muito grave.

Não sentia dores, não perdi peso. Este é um grande mal do CA: ser uma doença silenciosa em boa parte dos casos. Lá pra setembro começou a alterar o formato das fezes (tamanho e conteúdo menor que o habitual) e passei a ir com mais frequência ao banheiro. Passei a comentar com os amigos que as coisas não iam muito bem. Em novembro comecei a sangrar pelo reto. Pensei comigo, a coisa está se agravando. Fiz um exame chamado pesquisa de sangue oculto nas fezes que deu positivo

N.do E:. Gostaria de deixar bem claro que este é um exame inespecífico (dá positivo em várias enfermidades e até mesmo quando se ingere alguns alimentos) e isoladamente não quer dizer nada, mas dentro de um contexto é importante.

Em dezembro procurei auxílio médico, que de pronto fez o toque retal e estava tudo bem. Marcamos uma colonoscopia para o dia 30.Cheguei a clínica  por volta das treze horas ,fiz o preparo e no inicio da noite, meio grogue ainda, o médico pediu pra ligar pra família e me mostrou a imagem de um tumor de 4,5cm no reto alto já querendo obstruir o intestino.

Cheguei em casa ainda meio desorientado, já havia amigos me esperando e o telefone não parava de tocar. Olhei friamente para minha esposa e meu filho, os beijei e fui dormir. Quando acordei , pensei, tive um pesadelo. Mas, logo percebi que não era um sonho ruim. Chorei bastante, me dirigi a minha esposa, que estava de resguardo há apenas seis dias, e disse que não queria choro nem vela, partiríamos para o enfrentamento, como um soldado que vai pra guerra.

Olhei para o meu filho, que nascera dia 24 de dezembro, e prometi a ele: lutarei com todas as minhas forças, resistirei a todo mal e com a ajuda de Deus um dia juntos triunfaremos. Você não crescerá sem pai!

Esta com certeza é a pior fase do câncer: o diagnóstico. É como se você estivesse no deserto carregando um edifício de 20 andares na cabeça e sem bússola, nem agua para beber. Gostaria de encerrar estas palavras de hoje já chamando a atenção dos amigos para que procurem conhecer seus organismos e ficarem alerta para os sinais que o corpo dá, pois sabemos que o CA no início possui até 90% de chance de cura. E por fim destacar a importância da prevenção, que será tema de um post futuro.

Fiquem com Deus e sejam felizes!

 

 

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