Estudo da PUC-Rio cria moléculas que podem matar células de câncer

Substância que apresentou bons resultados para leucemia vai passar por uma bateria de testes até ter eficácia e segurança comprovada – Divulgação/Mário Cesar Filho

RIO — Duas moléculas sintéticas, ambas da classe dos alcaloides, apresentaram bons resultados para interromper o ciclo de desenvolvimento de células cancerosas em testes da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Enquanto o trabalho realizado pelo mestre em química Jhony Mauricio Cifuentes revelou aparente eficácia para tratar leucemia, a pesquisa da também mestre em química Joseane Alves Mendes mostrou uma molécula capaz de parar o câncer de mama.

As substâncias sao chamadas de carbazóis e tiveram suas estruturas criadas a partir de moléculas encontradas na natureza.

— Existem muitos carbazóis encontrados em plantas e seres marinhos, como esponjas do mar. Mas as nossas moléculas são sintéticas — explica a professora de química Camilla Buarque, orientadora das pesquisas. — Testamos essas moléculas em vários tipos de câncer, como o de cólon, o neuroblastoma, que é o que atinge o cérebro… Mas não funcionou tanto. Já para câncer de mama e leucemia, os resultados foram muito promissores.

O próximo passo, segundo ela, é testar em camundongos para verificar como é a interação das moléculas no metabolismo. Esta etapa deve começar em março. Depois disso, testes em humanos serão necessários.

— Um aspecto importante que percebemos já nos primeiros testes é que o índice terapêutico dessas substâncias é alto, o que significa que a toxicidade delas é baixa para as células sadias. Assim, só as células doentes morrem — diz a professora.

De acordo com Camilla, o motivo de essas moléculas se mostrarem capazes de parar o ciclo de desenvolvimento de células cancerosas ainda é desconhecido. A principal hipótese é de que elas interajam com alguma enzima que seja importante para a células do câncer. É atrás desta enzima que os pesquisadores estão.

RESISTÊNCIA DAS CÉLULAS CANCEROSAS É SUPERADA

Outra característica animadora que foi percebida nessas substâncias é que elas parecem ser ativas mesmo em células cancerosas muito resistentes. Em geral, muitas drogas que de início conseguiam atuar bem para tratar o câncer passam a, com o tempo, serem jogadas para fora da célula. é como se uma resistência ao medicamento fosse criada. O que Camilla notou, porém, é que as duas moléculas alcaloides estudadas superam esse mecanismo.

— Ainda não sabemos nem como nem por que elas fazem isso. Mas é um dado muito importante para a gente, porque não adianta criar uma molécula que, na teoria, funciona, mas é expulsa da célula com o tempo. Isso acontece com muitos medicamentos existentes, o que faz com que os tratamentos parem de dar resultado depois de algum tempo — conta ela, que orientou as pesquisas em parceria com o Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais da UFRJ e com apoio do Inca.

O câncer é responsável por, pelo menos, oito milhões de mortes em aproximadamente 14 milhões de casos em todo o mundo. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima um aumento de 70% no índice até 2035.
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